VIGILÂNCIA
02 de outubro de 2020 | Governo do Estado de Rondônia
Em Rondônia até setembro de 2020, foram notificados e investigados 20
casos suspeitos de Doença de Chagas no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, sendo um confirmado e 19
descartados. Mesmo não sendo um número alarmante de casos, a Agência Estadual
de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), orienta sobre os cuidados que
devem ser tomados para evitar a doença.
De acordo com a coordenação Estadual do Programa de Vigilância e
Controle de Doenças de Chagas da Agevisa, medidas estão sendo adotadas para
minimizar os problemas advindos da doença, que implicam em realizar ações
integradas entre Agevisa, Setor de Entomologia, Análises Clínicas do
Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Centro de Medicina Tropical de
Rondônia (Cemetron) como referência estadual e os municípios com os serviços de
saúde local.
O coordenador Estadual do Programa de Vigilância e Controle, José Maria
Silva Nobre, explica que todos os casos suspeitos de Doença de Chagas, por ser
um agravo de notificação compulsória imediata, deverão ser comunicados em até
24h ao serviço de Vigilância em Saúde da Agevisa no telefone (69)
3216-5294. “Para todos os casos suspeitos de Doença de Chagas devem ser
preenchidas a Ficha de Notificação e Investigação de Caso no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan), e deverá ser concluído em 60 dias”.
TRANSMISSÃO
A doença de Chagas é uma infecção humana causada pelo protozoário
flagelado Trypanosoma cruzi, nome científico do protozoário transmissor da
doença, popularmente conhecido como barbeiro, e apresenta duas fases clínicas:
aguda, que pode ou não ser identificada (assintomática) e a crônica, que
precisa ser tratada com medicamento específico.
O coordenador José Maria Silva Nobre, explica que a doença pode ser
transmitida por diversas formas, sendo elas via vetorial através da pele lesada
ou com mucosas, via transfusional por transplante de órgãos de doadores
infectados, via vertical passagem de parasitas de mulheres infectadas que
passam para o bebê, via oral por ingestão de alimentos contaminados com os
protozoários vivos e via acidental por manipulação em laboratório com material
contaminado.
Os sintomas da doença são febre constante e não muito elevada entre
37,5º a 38,50. C, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia, mialgias, aumento
de gânglios linfáticos, manchas vermelhas na pele, de localização variável, com
ou sem coceira, esclarece o coordenado de Controle de Doenças de Chagas.
Se encontrar o inseto Barbeiro, deve-se entregar ao setor de endemias do
município
Caso a pessoa esteja com o sintoma da doença precisa realizar o exame.
Existem dois tipos que devem ser feitos, o parasitológico que é aquele em que o
parasita é observado diretamente em uma lâmina pelo analista e é realizado nas
Unidades Básicas de Saúde, e dispensam qualquer outra evidência complementar
adicional para a infecção. E, o exame sorológico, que é um exame
complementar aos exames parasitológicos, onde caso seja detectada a presença da
infecção, deve sempre ser colhido em casos suspeitos ou confirmados de Doença
de Chagas e enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Com os resultados positivo dos exames, José Maria, orienta para o
paciente consultar o centro de saúde ou a equipe de referência do seu
município. “Benznidazol é a droga disponível para o tratamento específico da
Doença de Chagas Aguda, e Crônica sem complicações”.
José Maria, recomenda que devido à pandemia do coronavírus, as pessoas
afetadas pela doença de Chagas, devem seguir as recomendações das autoridades
de saúde do seu município.
PREVENÇÃO
A Coordenadoria Estadual do Programa de Vigilância orienta sobre os
cuidados para evitar a doença, como tapar buracos e rachaduras nas paredes, e
manter higiene de lugares que podem servir de refúgio para o barbeiro. Cuidar
da alimentação evitando alimentos crus, caldo de cana e suco de açaí em locais
desconhecidos, e evitar animais dentro da casa que podem servir de fonte
alimentar dos barbeiros, como cães, gatos e roedores. “Encontrou insetos
(Barbeiros), entrega ao setor de endemias do município ou secretaria municipal
de saúde para ser encaminhado ao Lacen, em recipientes sem furos e sem qualquer
produto químico”, orienta José Maria.
Fonte
Texto: Elaine Barbosa
Fotos: Daiane Mendonça e Frank Nery
Secom - Governo de Rondônia