UEA lidera estudo ambiental inédito na bacia do rio Madeira

UEA conduz expedição histórica no rio Madeira, analisando 164 parâmetros ambientais e identificando alertas químicos, biológicos e físicos.
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Brendo Saraiva
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26 agosto 2025
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Expedição Iriru 3 percorre 1.700 km no rio, coleta amostras de água, peixes e sedimentos e detecta sinais de contaminação, apoiando políticas públicas.


(Foto: Gustavo Rodrigues/UEA)

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) concluiu recentemente a terceira expedição fluvial do Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), considerada uma das iniciativas ambientais em larga escala mais expressivas do mundo.

Batizada de Iriru 3, a campanha durou 12 dias e percorreu mais de 1.700 km do rio Madeira, passando por municípios como Borba, Manicoré, Humaitá, Nova Olinda do Norte, Urucurituba e Novo Aripuanã.

Durante o trajeto, foram coletadas amostras em 54 pontos estratégicos, abrangendo 164 parâmetros ambientais definidos pelo Conama — incluindo qualidade da água, sedimentos e espécies de peixes.

A embarcação de pesquisa, Roberto dos Santos Vieira, equipada com quatro laboratórios a bordo, permitiu a realização de análises físico-químicas e microbiológicas em tempo real. As amostras serão processadas na UEA, exceto aquelas referentes a mercúrio e metilmercúrio, que seguirão para análises mais sofisticadas em parceria com a Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences.

(Foto: Gustavo Rodrigues/UEA)

Os resultados preliminares já apontam alterações químicas, físicas e biológicas relevantes nos ecossistemas da bacia — além de claros sinais de contaminação por mercúrio, diretamente associada a garimpos ilegais. A operação das chamadas “fofocas” (agrupamentos de dragas de mineração) contribui para turbidez elevada, assoreamento e poluição de peixes e sedimentos.

(Foto: Gustavo Rodrigues/UEA)

Segundo o coordenador do ProQAS/AM, professor Sérgio Duvoisin Junior, a robustez da infraestrutura laboratorial da UEA torna possível acompanhar com precisão essas alterações, oferecendo dados essenciais para a formulação de políticas públicas de conservação. O reitor André Zogahib reforça que a pesquisa reforça ainda mais o papel da UEA como referência científica para fenômenos ambientais complexos na Amazônia.

Fonte: Adaptado da Agência Amazonas de Notícias, publicação de 20 de agosto de 2025

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