Estratégias sustentáveis como aditivos alimentares, energias renováveis e reuso de água ganham força na indústria queijeira.
A indústria de laticínios, especialmente a produção de queijos, é responsável por cerca de 4 % das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). No Brasil, onde a cadeia do leite é vital para a economia rural, é urgente mitigar o impacto ambiental gerado pelas operações de produção.
Fontes das emissões na cadeia do queijo
A cadeia produtiva pode ser dividida em quatro etapas, com estimativas de contribuição para a pegada de carbono da seguinte forma:
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Produção primária (pecuária leiteira): 65–70 %
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Processamento industrial: 15–20 %
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Transporte e embalagem: 10 %
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Resíduos e pós-consumo: 5 %
Práticas sustentáveis em destaque
Diante da necessidade de reduzir impactos ambientais, diversas estratégias vêm sendo adotadas na cadeia do queijo:
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Suplementação animal que reduz metano entérico: uso de aditivos como algas vermelhas Asparagopsis, que podem reduzir até 80 % das emissões de metano, além de alternativas como nitratos, leveduras e óleos essenciais;
Adoção de fontes renováveis de energia: instalação de painéis solares em queijarias, com potencial de tornar as operações quase autossuficientes em energia;
Uso de biodigestores: transformam resíduos como fezes, soro de leite e restos alimentares em biogás e biofertilizantes — reduzindo odores e gerando energia térmica ou elétrica;
Reuso de água e recuperação de calor: reaproveitamento em lavagens e irrigação; sistemas de trocadores de calor recuperam energia térmica para uso em etapas subsequentes da produção;